Antônio Frederico de Castro Alves, advogado,
foi um dos mais destacados poetas brasileiros do século XIX. Nascido em 1847,
na então Vila de Curralinho, Bahia, local que posteriormente, em 1900, recebeu
o nome de Castro Alves. Filho do médico Antônio José Alves e de Clélia Brasília
da Silva Castro, a sua vida, embora breve, foi marcada por uma intensa produção
literária e pelo engajamento em causas sociais. O poeta faleceu precocemente em
1871, aos 24 anos, em Salvador, vítima de tuberculose.
Desde a infância, Castro Alves demonstrou
forte inclinação para a poesia, o que ficou evidente durante seus estudos na
Escola do Barão de Macaúbas. Sua trajetória literária ganhou força a partir de
1864, quando aos 17 anos ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Porém, em
1867 termina seus estudos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco na
capital de São Paulo.
Castro Alves viveu durante o Segundo Reinado
(1840-1889), sob o governo de Dom Pedro II. Esse período foi marcado por
debates sobre a escravidão no Brasil, o que exerceu grande influência sobre sua
produção poética. O autor é considerado expoente da terceira geração do
Romantismo brasileiro, conhecida como Condoreirismo, cuja principal
característica é o engajamento social e político. O condor, símbolo dessa
geração, representa a liberdade e uma visão ampla sobre as questões humanas.
Apesar da curta vida, Castro Alves deixou um
legado significativo na literatura nacional. Entre suas principais obras
destacam-se Espumas flutuantes
(1870), Gonzaga, ou A revolução
de Minas (1875), A cachoeira de Paulo
Afonso (1876), O navio negreiro
(1880) e Os escravos (1883). O poema O navio negreiro, dividido em seis
partes e intitulado Tragédia no mar,
é considerado sua obra mais célebre, por colocar as condições degradantes dos
escravizados trazidos ao Brasil.
Castro Alves ficou conhecido como O Poeta dos Escravos, sendo referência
tanto na literatura quanto no movimento abolicionista. Em 1905, a Academia
Brasileira de Letras homenageou-o, nomeando a cátedra número sete em sua
memória. Diversos espaços públicos em todo o país celebram seu nome, como a Praça Castro Alves, em Salvador, Bahia.
A Rua Castro Alves, localizada no Bairro
Cerâmica, em São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil, foi nomeada em homenagem ao
poeta. Seu início se dá na Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira e seu
término na Avenida Dr. Vital Brasil Filho, ambas situadas no mesmo bairro.
Ao longo dos anos, a rua passou por diferentes
denominações, sendo anteriormente chamada Rua Nogé e Rua Carlos Gomes. As
mudanças e oficialização do nome foram determinadas por legislações municipais,
como a Lei 562 de 15/10/1955 e a Lei 1348 de 29/03/1965. Ambas foram
promulgadas pelo Prefeito Municipal de São Caetano do Sul, Anacleto Campanella,
conforme as atribuições legais referentes à oficialização e denominação de vias
públicas.
O Bairro Cerâmica desenvolveu-se em função da
Cerâmica São Caetano S/A, sucessora da antiga Cerâmica Privilegiada, foi
fundada em 1913 e ficou famosa pela produção de ladrilhos, telhas e tijolos
refratários. Aproximadamente no ano de 1910, o bairro apresentava duas únicas
vias, a Rua Santo Antônio, atual Avenida Senador Roberto Simonsen, e Rua
Caramuru, atual Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira.
A maioria dos moradores do bairro trabalhava
na Cerâmica São Caetano. Em 1925 foi criado o Cerâmica Futebol Clube
incentivado e subsidiado pela fábrica.
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